O senador General Hamilton Mourão, da tribuna, se manifestou sobre a prisão política do general Walter Braga Netto, expondo o esgarçamento do Estado de Direito no Brasil. O senador apontou: “Um controle institucional de crucial importância sobre os atores políticos e econômicos é o Estado de Direito. É inconcebível que a democracia ou o capitalismo funcionem sem um sistema de justiça eficaz, em que as regras concebidas pelo Legislativo possam vigorar, em que os direitos dos cidadãos possam ser defendidos, e em que as disputas entre cidadãos ou entidades corporativas possam ser resolvidas de maneira pacífica e racional”.
General Mourão alertou: “no Brasil, o Estado de Direito tornou-se em um ‘estado de juristas’, ou até mesmo uma ditadura da toga”. O senador expôs critérios para avaliar um sistema jurídico, e disse: “uma breve análise desses princípios nos mostra que, no Brasil, o estado de direito está em franca degeneração, pois aqui instalou-se um regime jurídico de perseguição política a quem atreve-se a ser direita, aqui entendido como os que são conservadores nos costumes e liberais na economia. E pior ainda se essa pessoa for simpatizante do presidente Bolsonaro”.
General Mourão mostrou o grau a que chegou a perseguição política no Brasil, mostrando que até mesmo parlamentares estão sendo perseguidos, em franca violação da imunidade parlamentar prevista na Constituição. Ele mencionou o caso do senador Marcos do Val, dizendo: “temos um colega que foi cassado sem ter sido, pois o mesmo não tem acesso às suas redes sociais, a seu telefone, a seu salário, a sua verba de gabinete… enfim, a tudo aquilo que todos nós possuímos para exercer condignamente nossos mandatos. Resta-lhe exercer o ‘jus sperniandi’, discursando em plenário, e, tal qual um Dom Quixote, seguir golpeando os moinhos de vento em sua luta para restabelecer a plenitude do seu mandato”. O senador mencionou também o deputado Marcel Van Hattem, perseguido por palavras ditas da tribuna, lembrando que isso viola o art. 53 da Constituição. Ele disse: “ao que me consta, o referido artigo não foi revogado. Dessa forma, os próprios guardiões da Carta Magna não a respeitam”.
O senador afirmou que a prisão do General Braga Netto é “a cereja do bolo” no contexto de perseguição generalizada. Ele disse: “e aí temos a cereja do bolo: a indecorosa prisão do General Braga Netto, um velho soldado, encanecido no serviço da pátria, a quem não está sendo concedido o desenrolar do devido processo legal, e que, antes de qualquer sentença pronunciada, está afastado do convívio familiar, como se fosse um perigoso meliante, capaz de atentar contra a ordem pública ou evadir-se do país. Braga Netto não é um covarde e enfrentará de cabeça erguida o seu encontro com a verdadeira justiça, pois ela há de triunfar. Ao mesmo tempo, fragmentos de investigações são publicados, em uma intriga constante, soez e criminosa, cuja única intenção é macular as FFAA e, em particular, o Exército, dividindo a ativa da reserva, atirando uns contra os outros, cindindo militares e civis. Esquecem que, segundo o valor de seu exército, vive ou morre uma nação”.
General Mourão concluiu conclamando os senadores a agirem: “senhores senadores: o momento é de perplexidade ante os abusos que vêm sendo cometidos, e, portanto, compete a esta Casa da República levantar-se em uníssono na defesa intransigente do verdadeiro Estado de Direito”.
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