O deputado Carlos Jordy, líder da oposição na Câmara, subiu à tribuna e relatou que seus assessores foram alvo de busca e apreensão, sob alegações de suposto mau uso de fundos parlamentares. O deputado apontou: “não há nada ilegal; mas a imprensa já está condenando”. Ele lamentou o “papel ridículo” assumido pela rede Globo, apontando que a emissora funciona como uma TV estatal, e mostrou os absurdos dos inquéritos políticos em curso.
O deputado expôs dois fatos: que as ‘investigações’ só ocorrem contra deputados da oposição. Jordy disse: “ninguém do PT, do PSOL é investigado; do outro lado, não fazem uma investigação, não buscam ouvir as partes. Tomam logo uma medida excepcional, invasiva, porque o que está acontecendo não é uma investigação. É uma fishing expedition - uma busca probatória, que tem o fim de buscar encontrar algo incriminador contra nós”.
Carlos Jordy apontou uma curiosidade: que a busca e apreensão ocorrida em sua casa foi no dia do aniversário de sua mãe, e a busca e apreensão na casa de seus assessores ocorre no dia do aniversário de sua filha. Ele lembrou que, quando sua casa foi invadida, a alegação era de que ele teria ligações com pessoas supostamente envolvidas no 8 de janeiro, e a evidência era uma mensagem de whatsapp de um apoiador. O deputado relatou: “tinha uma foto dele do 8/1. E ele foi preso por isso. Só que depois o advogado dele mostrou que a foto foi forjada (...).. E isso levou à busca e apreensão da PF na minha casa. Levaram minha arma registrada, meu celular, meu computador, meu passaporte diplomático, e até hoje não me devolveram nada”.
O deputado explicou que toda a ação serve para que ele seja constantemente apontado, pela velha imprensa e pela extrema-esquerda, como “investigado”, ou “extremista”. Jordy disse: “a irresponsabilidade do STF, deste governo, e da polícia federal - que se tornou a Gestapo desse consórcio - faz com que eu e outros deputados sejamos perseguidos de forma implacável, e a imprensa nos apresenta como se fôssemos radicais, pessoas que buscam destruir a democracia. Um blá-blá-blá que só serve para acobertar as lambanças desse governo”.
Carlos Jordy declarou: “eles querem nos intimidar. Mas isso só nos fortalece. Isso faz com que eu tenha mais vontade de fazer o meu papel, para o qual meus eleitores me colocaram aqui”. Ele alertou: “o povo está do nosso lado, e nós temos a verdade. Vamos resistir, vamos enfrentar. Os tempos vão mudar. E nós vamos nos lembrar que nós estivemos do lado certo da História”.
Enquanto Jordy era aplaudido pelos presentes, o deputado Marcel Van Hattem fez um desagravo ao deputado e aos demais que estão sendo perseguidos. Ele relatou: o que está acontecendo agora também está acontecendo com o vice-presidente desta Casa, Sóstenes Cavalcante, e com vários outros parlamentares”
Van Hattem explicou: “o que está acontecendo é uma perseguição implacável, fora do devido processo, por juízes que estão agindo, na verdade, como políticos que têm o poder da caneta na mão para fazerem o que quiserem. Ninguém explica por que Flávio Dino é o relator desse processo. São processos que tramitam em sigilo justamente para que não venham a público todos os detalhes dos abusos que estão sendo cometidos”. O deputado disse: “nós não vamos permitir que isso continue acontecendo sem que haja a punição dos envolvidos. E é por isso que é preciso que a CPI dos Abusos de Autoridade seja instalada neste parlamento”. Van Hattem exigiu também: “que esta Mesa também se pronuncie sobre os sucessivos abusos de autoridade”.
O deputado Sanderson, então, chamou a atenção para a óbvia perseguição política: “engraçado, só sofrem busca e apreensão deputados do PL. É óbvio que há uma busca probatória em curso. Isso é algo inadmissível. Aqueles que ficam aplaudindo esse tipo de medida estão aplaudindo ditadores que não têm compromisso nenhum com a democracia. Está muito claro que temos em curso uma perseguição sanguinária, própria de regimes ditatoriais. Aliás, esse ministro se declarou comunista, e todos os regimes comunistas são ditatoriais”.