O deputado Gilvan da Federal, ao questionar o ministro de Lula, Ricardo Lewandowski, lembrou que é agente da polícia federal e lamentou o estado atual da corporação. Ele disse: “eu sou da época em que a polícia federal não perseguia ninguém. A polícia federal hoje não é mais uma polícia de Estado. A polícia federal à qual eu pertenci não era de direita, não era de esquerda, não era de centro. A polícia federal sempre nos fez acreditar que a lei era para todos, mas, infelizmente, hoje, nós não vivemos essa realidade no Brasil, por conta da cúpula da polícia federal e de meia dúzia de delegados”.
O deputado disse: “eu não sei mais quem é o chefe da polícia federal, se é o ministro da Justiça ou o ministro Alexandre de Moraes. Eu gostaria de tirar essa dúvida com V. Exa.”.
Gilvan da Federal rebateu a reclamação do ministro por ter sido convocado, dizendo: “é só a cúpula da polícia federal parar de perseguir idosas, cabeleireiras, manicures, padres, parlamentares de direita, parar de perseguir menores de idade”. Ele prosseguiu: “nós não vivemos mais numa harmonia entre poderes. Uma única pessoa manda e desmanda no nosso país”.
O deputado lembrou que os deputados do PT sempre xingaram e ofenderam o ex-presidente Jair Bolsonaro, assim como fazem com qualquer opositor, e era considerado imunidade parlamentar, mas o mesmo não ocorre com deputados de direita. Ele disse: “os deputados de esquerda podem tudo; agora, é crime criticar um delegado da polícia federal. Temos que responder a inquérito”.
Gilvan da Federal sugeriu uma “pesquisa informal”, dizendo ao ministro para publicar, nas redes sociais, uma foto da polícia federal e, em seguida, ler os comentários, para medir a percepção da população. Ele leu alguns comentários retirados das redes e disse: “Essa é a Polícia Federal de hoje que indicia um padre por tentativa de golpe. Que golpe? Orando o Pai Nosso com crucifixo? Eu gostaria de saber por que a Polícia Federal indiciou um padre, um padre, por tentativa de golpe com crucifixo? Como um padre vai dar um golpe de Estado? Então, essa é a Polícia Federal de hoje”.
Ao apresentar suas perguntas, o deputado relatou o caso de Mariana Eustáquio, submetida a revista íntima em uma busca e apreensão em um inquérito no qual ela sequer era investigada. Ele apontou que o STF proibiu revistas íntimas em presídios e pediu ao ministro que comente se acha correto submeter a menina a tal situação. O deputado também questionou o ministro sobre a perseguição a parlamentares, dizendo: “me parece que é uma forma de tentar intimidar o Deputado Marcel van Hattem e o Deputado Cabo Gilberto Silva”. Ele apontou ainda que a cúpula da polícia federal tenta negar aos policiais federais direitos políticos, ao passo que os garante a criminosos condenados.
Gilvan da Federal se exaltou: “a maioria dos policiais federais discorda do que vem acontecendo com a Polícia Federal, a maioria. É uma cúpula ligada a Dilma Rousseff, a Luiz Inácio Lula da Silva que vem destruindo a imagem da Polícia Federal — destruindo! É só pesquisar com o povo brasileiro. A Polícia Federal não é mais vista como era antigamente e por que? Porque fica perseguindo padre, cabeleireira. E o PCC, Comando Vermelho, acabou? Então, assim, minha indignação com o que vem acontecendo com a Polícia Federal por parte de certos delegados perseguirem Parlamentares de direita, mas esquecerem do crime organizado. E volto a dizer: os Deputados do PT podem tudo, inclusive, andar com o dinheiro na cueca”.
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