sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Senador faz duro alerta e rebate narrativas após venda de reservas de minérios para a China e questiona MPF: ‘Acreditar numa história dessas?’


O senador Plínio Valério, da tribuna, denunciou a venda de reservas de urânio do Brasil a uma empresa chinesa, enfatizando a omissão do Congresso e do Ministério Público e comparando com a proatividade dos mesmos agentes quando a intenção é impedir os empreendedores brasileiros de trabalharem. 

O senador explicou que, nominalmente, trata-se da venda de uma mineração de estanho, mas que, na realidade, o negócio inclui grandes quantidades de minérios que pertencem ao Brasil. Plínio Valério expôs: “Criou-se justificada polêmica com a cessão de áreas com grandes reservas de urânio a empresas de propriedade chinesa. E o que me chamou atenção é que o Ministério Público Federal, tão cioso, tão ágil quando se trata de impedir a exploração de minérios na Amazônia - potássio, por exemplo, gás -, arruma logo uma lei, cita alguma coisa, para emperrar e nada fez nessa venda. Aí é um Senador amazonense que mostra o perigo do que foi feito, e vêm alguns desmentindo”.

O senador citou o economista Samuel Hanan, dizendo: “ninguém ainda se centrou no ponto principal: qual é o interesse maior? Vamos olhar o que é. A Mina de Pitinga é um negócio praticamente único no mundo. Foi uma coisa colossal. Ela tem um depósito primário polimineral. A cassiterita - que é o minério do estanho, que estão dizendo que os chineses compraram, por causa da cassiterita, e é balela, esse negócio de balela sou eu que estou dizendo - está associada a vários outros minerais: nióbio, tântalo, urânio e tório. Além disso, tem uma coisa de alto valor que são as chamadas terras raras, que servem para a bateria desses carros híbridos, servem para tudo. Pitinga sempre foi conhecida realmente pelo estanho. Por quê? Porque os outros minerais de alto valor, como as terras raras e urânio, são todos estratégicos. Há 20 anos não tinha tecnologia praticamente, e a tecnologia que tinha era muito cara para a separação desses minerais. Então, agora, com o enorme avanço tecnológico, a mudança central da indústria automobilística e a busca maior por energia limpa, as terras raras, que são esses minérios, assumiram um papel fundamental”.

O senador prosseguiu: “e os chineses - agora sou eu que estou dizendo, os chineses têm tecnologia para separar esses rejeitos. E para quem ignora, para quem minimiza a denúncia que fazemos aqui de que rejeito não tem importância, tem. Ele é usado na fabricação de mísseis, de tanques e de todo tipo de armamento”. 

Plínio Valério comparou com a exploração de potássio, que é proibida sob a alegação de que grupos indígenas não concordam. Ele disse: “Proibiram porque uma ONGzinha, uma ONGzinha pequenininha teria encontrado índios isolados. Fez uma fotografia, que parece mais fantasmagórica. Entrou o Ministério Público Federal, lá vem a liminar proibindo. E simplesmente, esses mesmos procuradores federais no Amazonas não fizeram absolutamente nada em relação à venda dessa mina”.

O senador afirmou: “Nós não podemos simplesmente aceitar essa venda, de braços cruzados. Enquanto a minha população, enquanto o meu povo, a minha gente no Amazonas tem uma mina dessas e entrega aos chineses, tem 63% da sua população vivendo abaixo da linha da pobreza. É inadmissível, é escandaloso! Por isso, a gente quer uma resposta do Ministério Público Federal, que se manifeste. Assim como foi ágil para impedir que a gente se desenvolva, tem que ser pelo menos lento, mas que dê alguma resposta em relação a esse”.

Em outro discurso, o senador retomou o tema, questionando a omissão do Congresso e pedindo providências: “eu vou voltar àquele tema de ontem, porque me encanta, mas não me assusta que essa história esteja passando - como a gente chama - batido. Ninguém vê na imprensa grande, a gente não vê no próprio Parlamento, no meu estado. Trata-se da compra de uma mina de valor incalculável, compra pelos chineses. São minérios que não podem sair do país chamado Brasil. Nós estamos falando de nióbio, de urânio, do ítrio. Nós estamos falando de montanhas de minerais que foram vendidos para os chineses, e ninguém diz nada! O Ministério Público Federal não fala nada; no Parlamento, não ecoa esse grito”. 

O senador apontou: “Ora, rejeito de urânio, urânio é. Está na Constituição. São minérios estratégicos, não podem sair do país. O Brasil detém esse direito constitucional de só brasileiro extrair esse minério. A gente lê nos comentários, os comentaristas: "Não, mas eles compraram só para extrair o estanho". Acreditar numa história dessas?” 

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