O senador Marcos do Val enumerou, da tribuna, uma série de crimes que podem ter sido cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes e seus auxiliares no judiciário e na polícia federal, enfatizando ainda o ridículo das narrativas e manipulações que vêm sendo utilizadas para justificar a perseguição política no Brasil.
O senador disse: “todos sabem que eu sou um dos Parlamentares mais perseguidos pelo Alexandre de Moraes aqui no Congresso Nacional, especificamente aqui no Senado - no Senado, o único. Tenho sido há quase dois anos sistematicamente perseguido, juridicamente, com o meu nome sendo incluído em inquéritos intermináveis no Supremo Tribunal Federal que não têm qualquer fundamento fático ou legal. Tendo ainda o Delegado Fábio Shor como seu braço direito e executor de suas ações ilegais, o Ministro Alexandre de Moraes tem violado a garantia constitucional e o devido processo legal, cometido abusos de autoridade, conduzindo investigações sem justificativa e sem indícios razoáveis, apenas uma perseguição política, o que inclui a violação dos direitos humanos”.
Marcos do Val lembrou que, ao comandar as eleições de 2022, Moraes promoveu a censura e a perseguição a influenciadores de direita, o que já o colocou na mira do governo eleito dos Estados Unidos. O senador acrescentou que outro aspecto que já chamou a atenção dos americanos foi a suspensão de seu passaporte diplomático, impedindo-o de participar de um evento internacional.
Marcos do Val explicou que, em sua função como parlamentar, podia e devia participar das investigações sobre os atos do dia 8 de janeiro. Ele disse: “eu posso realizar investigações sobre temas de segurança nacional, convocar ministros e autoridades para esclarecimentos, solicitar informações relevantes para a atuação parlamentar. E ao convocar ministros, ele começou a querer dizer que eu estava interferindo nas investigações”.
O senador relatou que foi incluído no inquérito da polícia federal controlada por Moraes, que alega ter descoberto que algumas pessoas teriam pensado em um golpe de estado. O senador mostrou o ridículo da motivação de sua inclusão em tal inquérito, dizendo: “Aí vem um absurdo. Dentro do inquérito do golpe, citaram a mim, Senador Marcos do Val, dizendo o seguinte, está no inquérito, e a imprensa divulgou diferente: "Marcos do Val recomendou um filme de Will Smith para Carla Zambelli”. O senador contou que recomendou à deputada o filme ‘Golpe Duplo’, com Will Smith, e disse: “Pronto. Incluiu o Senador Marcos do Val por ter o nome do filme chamado Golpe Duplo. (...) Olha como é que são as narrativas. (...) É inacreditável que a própria Polícia Federal diz que foi uma sugestão para ela assistir ao filme. Cadê as provas de que eu estava interferindo ou estava participando do golpe?”
Marcos do Val relatou que ele estava investigando os atos, inclusive a participação de ministros do governo Lula e membros das Forças Armadas e do próprio Supremo Tribunal Federal. Ele disse: “Se eu que estava convocando, mandando ofício, tenho tudo isso documentado, quem quiser pode solicitar, qualquer imprensa, antes de soltar essas narrativas - ofícios para todas as autoridades, todos os Ministros, todos que podiam estar envolvidos direta e indiretamente no caso. E eu cheguei, é claro, ao Alexandre de Moraes. Chegando ao Alexandre de Moraes, fiz denúncias aos órgãos internacionais. Nada de essas denúncias acontecerem, ficaram paradas, lentamente. E eu cheguei ao Governo Biden. Chegando ao Governo Biden, montamos uma Comissão no Capitólio, e, nesta Comissão, o gabinete do Senador Marco Rubio prontamente se prontificou a estar comigo, montando esse núcleo duro, para levantar a ligação do Biden com as eleições brasileiras de 2022, *** para que o Presidente atual, Lula, fosse eleito. Isso tem provas e mais provas - são 3 mil páginas de provas”.
Do Val afirmou que, quando o empresário Elon Musk comprou o antigo Twitter, houve uma solicitação para que ele verificasse se o ministro Alexandre de Moraes havia feito exigências à plataforma. O senador disse: “E ele mandou para a gente 500 páginas de provas contundentes, com fartas comprovações de que Alexandre de Moraes contribuiu para um novo estilo de golpe de Estado. E como querem me colocar num golpe, numa trama do golpe de Estado, por causa do dia 8 de janeiro, se eu que estava investigando, à frente de tudo?”
O senador apontou o absurdo: “Por que será que eu sou perseguido o tempo inteiro e eu sou suspeito do golpe, suspeito de atrapalhar as investigações, se quem deletou as imagens foi o Ministro Flávio Dino? Se quem entrou no local foi o G. Dias? E eu? Onde? Provem! Que envolvimento eu tive? Fiz pix para alguém? Incentivei a vinda? Divulguei nas minhas redes sociais incentivo à manifestação? Provem! Provem! Não venham com essa narrativa para jogar para a imprensa, porque a imprensa compra esses lixos, porque a imprensa, como urubu, só consome... (Pausa.) Vocês sabem o que o urubu come”.
Marcos do Val mostrou os absurdos na perseguição empreendida pelo delegado da polícia federal que conduz os inquéritos políticos de Moraes, que disse se sentir ameaçado e pediu um inquérito contra o senador. Do Val relatou que Shor o acusou de expor sua família e, para dizer que se sente ameaçado, mostrou uma fotografia de um macaco de pelúcia pendurado em seu carro. O senador disse: “O delegado Fábio Shor, que comandava as investigações contra Bolsonaro, informou ao chefe de inteligência da PF que se sentiu ameaçado pelo macaco. A partir desse fato foi aberto o inquérito que baniu a plataforma X”. O senador prosseguiu: “O caso virou piada na corporação [da Polícia Federal] porque o delegado que pediu a prisão de Bolsonaro tem medo de um macaco azul”. Do Val leu mensagens trocadas entre policiais federais sobre o delegado, que davam conta de que a esposa do delegado informou que o macaco de pelúcia pertencia ao filho dele.
O senador disse ainda que o delegado o acusou de ter divulgado imagens de seu filho, esclarecendo que divulgou uma imagem feita por inteligência artificial com o rosto do próprio delegado em um corpo de criança, no colo do ministro Alexandre de Moraes. Ele disse: “Disso aqui até os delegados da Polícia Federal riram, porque quem conhece o filho do Fábio Shor, eu não o conheço, riu, porque é a cara do Fábio Shor num corpo de criança. E disseram que eu divulguei o filho do Fábio Shor. Imaginem o filho do Fábio Shor com um rosto de adulto!”
O senador Marcos do Val afirmou: “Não permitirei que acusações infundadas ou interpretações distorcidas prejudiquem minha missão de lutar por um país mais justo e transparente. Nos últimos dias fui alvo de uma série de arbitrariedades que violam diretamente a Constituição e minhas prerrogativas como Senador. Entre essas ações, destaco a apreensão injustificada do meu passaporte determinada pelo Ministro Alexandre de Moraes. Essa decisão arbitrária me impediu de representar o Brasil num importante fórum internacional sobre defesa nacional”.
O senador listou ainda uma série de outros abusos, do ministro Alexandre de Moraes e do delegado da polícia federal, apontando as leis que preveem esses crimes. Do Val concluiu dizendo: “Diante desses fatos, informo que tomarei todas as medidas legais cabíveis contra Alexandre de Moraes, Polícia Federal e qualquer outra pessoa que se envolva nesses atos arbitrários. Então, encerro aqui, dizendo todas essas ilegalidades e que o próprio governo, o novo Governo que vai assumir em 20 de janeiro, já determinou ao futuro Secretário de Estado, Marco Rubio, que, por infelicidade de Alexandre de Moraes, é um amigo de trabalho desde 2019, que imediatamente determine ações para sanções ao Brasil e para a imediata condenação do Alexandre de Moraes”.
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