A jornalista alemã Vicky Richter, pelas redes sociais, denunciou que foi abordada pela polícia federal quando esteve no Brasil, em setembro do ano passado, e que a polícia federal tentou confiscar seu passaporte utilizando alegações falsas de que ela teria entrado ilegalmente no país.
A jornalista publicou um vídeo com a seguinte introdução:
“A Guerra de [Alexandre] De Moraes contra a Liberdade de Expressão
Sou Vicky Richter, uma jornalista investigativa documentando a luta do Brasil contra a censura de Alexandre de Moraes. Quando tentei entrevistá-lo, recebi como resposta uma campanha difamatória da Revista Fórum e uma tentativa da polícia federal de confiscar meu passaporte, alegando falsamente que entrei no Brasil ilegalmente.
É assim que tentam calar jornalistas de verdade. Mas não vão me calar”.
No vídeo, a jornalista relata que veio ao Brasil para entrevistar brasileiros sobre a censura e a perseguição política impostas por Alexandre de Moraes, e que tentou também entrevistar o próprio ministro. Ela contou: “eu tentei telefonar para seu gabinete, usando o ramal de um deputado em Brasília, e o número constava como ‘número bloqueado’”. A jornalista relatou que, então, tentou telefonar para o gabinete de Moraes utilizando um número privado, e a ligação se completou. Ela pediu a entrevista e o servidor do gabinete sugeriu que ela enviasse um email, o que ela fez.
Vicky Richter disse: “então, eu escrevi um email para o gabinete de Alexandre de Moraes, pedindo uma entrevista, porque eu estou fazendo o documentário e quero ter os dois lados da história. Sempre há dois lados da verdade, e eu não estou produzindo propaganda, por isso quero ouvir os dois lados. A resposta não foi muito surpreendente: ele não respondeu. Mas, 40 minutos depois, eu recebi uma mensagem de um jornalista da revista Fórum, que queria saber por que eu estou fazendo um documentário sobre a supressão da liberdade de expressão no Brasil”. A jornalista relatou que o veículo de extrema-esquerda fez, imediatamente, um artigo difamatório sobre ela, retratando-a como extremista, propagandista, e outros ‘istas’, entre outras associações. Ela disse: “ele não chegou a falar comigo direito, mas só levou 40 minutos para fazer um artigo difamatório contra mim. Então, vocês veem como os jornalistas da chamada ‘grande mídia’ trabalham”.
A jornalista relatou que, no dia seguinte, ao tentar embarcar para os Estados Unidos, a polícia federal tentou confiscar seu passaporte. Ela disse: “eles disseram que eu tinha entrado ilegalmente no Brasil. O que não ocorreu. Eu voei para São Paulo, recebi o carimbo da Imigração, e estava tudo certo; depois voei de São Paulo a Brasília, recebi meu carimbo, e estava tudo certo. E, de repente, depois de contactar Alexandre de Moraes e Lula, pedindo a opinião deles para um documentário, a polícia federal brasileira disse que eu entrei no país ilegalmente”. Ela prosseguiu: “depois de um tempo no aeroporto, eles me deixaram ir, pois não havia qualquer motivo legal para apreender meu passaporte”.
A jornalista Vicky Richter declarou: “é assim que o governo federal brasileiro trata jornalistas estrangeiros que querem expor o que está acontecendo no Brasil. Eles tentaram me silenciar. E eu não permito que me silenciem, porque as suas vozes no Brasil têm que ser ouvidas. E nós temos que divulgar o que vocês dizem, porque o que acontece no Brasil pode acontecer em qualquer lugar do mundo. Por isso, é muito importante que o mundo ouça o que está acontecendo no Brasil”.
A detenção da jornalista alemã se soma a outras medidas igualmente arbitrárias impostas a estrangeiros que se interessam pelos direitos humanos no Brasil. O jornalista português Sérgio Tavares, por exemplo, ficou detido pela polícia federal quando veio ao Brasil para cobrir manifestações contra a censura e a perseguição. O dono da rede social Gettr, Jason Miller, foi detido e questionado por policiais federais que afirmaram que trabalhavam em inquéritos secretos. O próprio dono do X, Elon Musk, é investigado nos inquéritos políticos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes. Jornalistas independentes brasileiros são vítimas de perseguição ainda mais brutal.
Pouco depois, a jornalista relatou que seu vídeo está sendo censurado no Brasil. Ela disse: “Obrigada, meus amigos do Brasil! 🇧🇷 Agradeço todo o apoio e as mensagens sobre meu vídeo denunciando como De Moraes tentou me silenciar. Após 20.000 visualizações, meu vídeo foi censurado no Brasil! A Meta diz que foi “excluído pelo criador” ou colocado como privado—mas eu não fiz isso. A censura é real e global. Mark Zuckerberg, pare de fingir que mudou, enquanto a censura claramente continua, especialmente no Brasil. Aos meus amigos brasileiros: continuem firmes e lutando pelas suas liberdades!”.
Vicky Richter disse que recebeu muitas mensagens alertando que seu vídeo não estava mais visível no Brasil, onde as pessoas recebiam a mensagem de que o vídeo tinha sido deletado ou tornado privado pelo autor. A jornalista disse: “eu não apaguei nem o tornei privado. Ele ainda está lá, mas está sendo censurado pela Meta. E isso é bem engraçado, porque todos lembramos que ontem, Mark Zuckerberg estava com Joe Rogan, dizendo que se arrepende de seguir as ordens de Joe Biden para censurar em suas plataformas”.
A jornalista desafiou Zuckerberg: “se você vai a programas como o de Joe Rogan, todo humilde, e diz que se arrepende e não fará mais, então mantenha sua palavra ou cale a boca, porque as pessoas no Brasil merecem saber o que o seu governo está fazendo, e também merecem que pessoas como eu, jornalistas, vão até lá, deem a eles uma voz, e publiquem isso, sem ter medo de serem censurados por um algoritmo ,porque você ainda está obedecendo ao mal. Você pode não estar mais seguindo as ordens de Biden, mas está obedecendo a Lula e Moraes ao censurar meu vídeo. E eu não sou a única sendo silenciada e censurada. Então, Zuckerberg, por favor, mantenha sua palavra e pare a censura em todo o mundo nas suas plataformas”.
Muitos jornalistas e veículos conservadores vêm sendo implacavelmente perseguidos, como é o caso da Folha Política. Nossa sede foi invadida e todos os nossos equipamentos foram apreendidos, a mando do ministro Alexandre de Moraes. À época, o jornalista Alexandre Garcia assinalou que algo semelhante só havia ocorrido na ditadura Vargas, não havendo qualquer exemplo semelhante durante o tão falado regime militar. Mesmo em ditaduras consolidadas, não é comum que se apreendam todos os equipamentos, em claríssima violação a tratados internacionais como o Pacto de São José da Costa Rica.
Posteriormente, a Folha Política foi alvo do ministro Luís Felipe Salomão, que ordenou o confisco da renda de diversas pessoas, sites e canais conservadores, para impedi-los de exercer suas atividades. Mais de 20 meses da renda dos veículos e comunicadores afetados seguem confiscados, enquanto o inquérito vai sendo transmitido de relator em relator.
Outros jornalistas e comunicadores foram presos sob alegações como a de sair do país sem saber que estavam sendo investigados. Um deles perdeu o movimento das pernas em um estranho acidente na cadeia, enquanto estava preso por crime de opinião. Ao conseguir refúgio em outro país, viu sua família ter suas contas bloqueadas para que não pudessem receber doações de pessoas que se sensibilizam com a situação de seus filhos. Vários pedem há anos que apenas devolvam seus equipamentos eletrônicos, inclusive com as memórias de entes queridos e da própria família. Outros buscaram refúgio em outros países e são considerados “foragidos” e são alvo de campanhas de difamação pela velha imprensa.
As medidas arbitrárias impostas aos jornalistas e comunicadores conservadores, por suas características processuais, violam diversos artigos da Constituição e também de tratados como a Declaração Universal de Direitos Humanos e o Pacto de São José da Costa Rica, que protegem a liberdade de expressão e vedam tribunais de exceção.
Os exemplos são muitos e a perseguição não cessa. Casas invadidas, redes bloqueadas, censura, bloqueio de contas, confisco de bens, cancelamento de passaporte, proibição de contato, entre outras. Nos inquéritos políticos conduzidos em cortes superiores, basta que parlamentares de extrema-esquerda apresentem “relatórios” ou “reportagens” produzidos por pessoas suspeitas e interessadas, acompanhados de listas de pessoas a serem perseguidas, para que essas pessoas sejam privadas de direitos fundamentais.
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