O senador Astronauta Marcos Pontes, que é candidato à presidência do Senado Federal, rebateu alegações de que poderia prejudicar seu partido, o PL, que é o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está apoiando a candidatura do senador Davi Alcolumbre, que já presidiu a Casa, e que tem o apoio do PT, partido de Lula. Alcolumbre já se comprometeu com o PT a não pautar o impeachment de ministros de cortes superiores.
O deputado Mário Frias publicou um vídeo de Bolsonaro repreendendo o senador, considerando sua candidatura como uma traição e reafirmando o apoio do Partido Liberal a Davi Alcolumbre. No vídeo, Bolsonaro alega que, se não apoiar Alcolumbre, o PL ficará sem cargos nas comissões, como ocorre atualmente, já que Rodrigo Pacheco, parceiro de Alcolumbre, excluiu toda a oposição de qualquer cargo, ignorando o voto popular e criando duas classes de senadores.
O senador Astronauta Marcos Pontes publicou o áudio de trecho de uma entrevista e disse:
“Considerações IMPORTANTES sobre a minha CANDIDATURA à presidência do Senado Federal!
Eu respeito a decisão do partido votar no Senador Davi Alcolumbre mas EU NÃO POSSO APOIAR, pois AJO conforme as MINHAS convicções onde o que eu FALO eu FAÇO.
1) Sou defensor de que o Plenário seja soberano e que o pedido de Impeachment e da anistia sejam votados por todos os senadores e não engavetados na mesa do presidente do Senado. Isto é o que eu ACREDITO... então não posso apoiar quem já comunicou que não deixará que estas pautas sejam votadas pelos 81 Senadores no Plenário;
2) Estive participando das manifestações da Av. Paulista... Ouvi atentamente as reinvindicações da população e dos deputados federais que protocolaram o requerimento de pedido de impeachment (CD244785556600)... Então a minha candidatura é a resposta para que estes pedidos sejam realmente atendidos;
3) Caso o Sen. Alcolumbre ganhe, a minha candidatura NÃO irá ATRAPALHAR em nada os acordos firmados com o PL. Esta foi a promessa feita pelo Davi ao partido. Agora, se aos Projetos de Lei, PECs etc... vão ser engavetados ou não pelo Presidente do senado, depois de serem aprovados pelas tão esperadas comissões que serão presididas pelo PL... aí são outros quinhentos... teremos que esperar e ver o que vai acontecer...
Por favor, ouça a entrevista completa e saiba EXATAMENTE O QUE É VERDADE ou NÃO!”
Na entrevista, o senador explicou que se mantém firme em sua candidatura, explicando que é um compromisso com seus eleitores. Ele relatou: “Eu estive sempre presente nas manifestações lá na Avenida Paulista. Eu vi diretamente do povo os clamores por mudanças reais. Pedidos de impeachment continuam engavetados. A defesa da liberdade de opinião, expressão, liberdade de expressão, liberdade de manifestação, defesa da anistia e a urgência de ter um Senado que retome o protagonismo. É importante para o Brasil como um todo”.
O senador afirmou: “A minha decisão não é pautada, sei lá, em alguma outra vontade, ou para prejudicar alguém. Muito pelo contrário. É para buscar um Senado forte, um Senado independente, que paute e que trate as pautas do Brasil com prioridades, e com a seriedade que todas essas pautas merecem”.
Marcos Pontes relatou que explicou, inclusive a Alcolumbre, que sua candidatura é independente, e apontou que, assim, em nada prejudica os acordos feitos pelo partido. Ele disse: “Sobre o apoio do partido ao Davi Alcolumbre… o partido optou por apoiar o Davi Alcolumbre com a promessa de garantir ali cargos na Mesa Diretora, com cargo na Mesa Diretora, presidência de uma comissão. Eu respeito essa decisão, sem dúvida. Mas acredito que ela não atende plenamente os anseios da população que nós representamos. Eu sempre acompanhei o partido nas votações, sempre defendi os mesmos valores. Mas quando há uma divergência nos valores fundamentais, como acabei de falar, em respeito à liberdade, etc. Nada contra o Davi como pessoa, sim, mas eu sei que ele defende pautas, ou não defende pautas que nós defendemos, e faz parte. Isso é democracia. Funciona assim. A gente tem que ter essa representação lá também. Então, quando o partido vai para um lado onde eu não tenho convergência naquilo, é natural e é minha obrigação votar com a minha consciência tranquila. (...) Eu não mudei a minha direção, a minha opinião. Então eu acho que tem que ser respeitado também. E é essa consciência que me levou a apresentar a minha candidatura independente, apesar dos desafios que isso significa”.
O senador apontou: “É bom para os senadores também terem opções. Não existe unanimidade. Se tivesse unanimidade, seria uma coisa muito estranha. Então é bom ter opções, sem dúvida nenhuma. E quanto às minhas convicções, eu lembro do seguinte: eu sou piloto de caça. Eu fui treinado para cumprir missões difíceis mesmo, situação adversa, situação de guerra. E é isso que a gente espera de um piloto de caça. Eu prefiro morrer combatendo, morrer em pé do que viver de joelhos. Isso, sem dúvida nenhuma”
Pontes disse: “O próprio Bolsonaro também é uma inspiração para mim e para muita gente. Por isso, quando ele era deputado, por exemplo, ele lançou a sua candidatura à Presidência, se não me engano, quatro vezes, porque ele acreditava nas suas convicções e isso é importante. Há uma foto muito simbólica dele, que eu gosto de ver para lembrar dessa importância de você manter suas convicções, ele falando sozinho no plenário. Então é importante isso. Eu tenho certeza que ele compreende isso também. E ele é meu amigo. Depois de tanto tempo e muitos anos aí de décadas. E ele sabe, ele me conhece bem. Ele sabe que mesmo quando eu discordo, eu respeito as opiniões das outras pessoas, mas eu sempre faço tudo pelo bem. Eu nunca busco prejudicar outras pessoas”.
O senador lembrou que tem muita experiência de vida e disse: “eu aprendi muita coisa ao longo do tempo e entre elas é exatamente isso: você não tem que concordar com tudo que seu amigo fala. Aliás, é importante que você discorde de algumas coisas, se não, você não seria amigo daquela pessoa, um amigo de verdade. Quem concorda com tudo acaba tendo outro nome. Você precisa, realmente, quando você discorda de alguma coisa, você fala que discorda, um respeita o outro e permanece. Às vezes aquilo ajuda a outra pessoa também. Uma coisa que ela não está enxergando, tipo, é que fala assim um anjo da guarda você nem vê, mas ele está do seu lado. Você pode discordar dele, mas ele está ali para te ajudar. Então eu, assim que eu vejo isso aí, eu acredito nas minhas convicções. Eu acho importante, pra político também, você agir com honestidade, com integridade, coragem, compromisso, coerência, tudo isso”.
Marcos Pontes lembrou que 36 senadores já se manifestaram publicamente pedindo mudanças na condução do senado e apoiando o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, e disse: “por falar nisso, com relação a coerência, eu confio na coerência e no compromisso aí de pelo menos 36 senadores que se posicionaram a favor de mudanças na atitude do Senado, para que o Senado fosse mais altivo, se posicionaram publicamente no ano passado. Eu estou confiando também na coerência desses senadores. E olha, cada voto, cada voto de cada senador vai ser decisivo para definir quais são os seus rumos do Senado, da própria democracia, da soberania e do Brasil”.
O senador concluiu: “eu mantenho as minhas convicções, mantenho minha candidatura, confiante que isso é muito bom para o partido. Isso é bom para Bolsonaro, é bom para todo mundo e eu acho importante a gente colocar isso aí muito claro, deixar claro que isso aí é bom, não prejudica nada, muito pelo contrário. E eu torço para que o Brasil vá para frente, que a gente aprenda a ir numa direção só” (...) Nessa minha idade agora não estou pensando mais em fazer coisas para mim. Eu penso em fazer coisas para os outros e é por isso que eu estou lá no Senado. É por isso que eu estou defendendo as pautas aí pelo nosso Brasil”.
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