quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Porta-voz de Trump, Karoline Leavitt rebate jornalistas frente a frente e desmoraliza a velha imprensa: ‘eu me comprometo com a verdade, e espero que todos nesta sala façam o mesmo’


A porta-voz do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, Karoline Leavitt, surpreendeu os repórteres da velha imprensa ao responder sobre o seu papel e sobre as expectativas em relação à cobertura dos atos do presidente. 

Karoline Leavitt fez uma apresentação inicial e, antes de abrir para perguntas, relatou que Trump é o presidente mais transparente e acessível da história americana. Ela disse: “Nunca houve um presidente que se comunicasse com o povo americano e com a imprensa americana de maneira tão aberta e autêntica como o 45º e agora 47º presidente dos Estados Unidos”. 

A porta-voz de Trump afirmou que, neste governo, a imprensa independente, de qualquer meio, terá lugar na Sala de Imprensa da Casa Branca. Ela disse: “em consonância com essa abordagem revolucionária da mídia que o presidente Trump adotou durante a campanha, a Casa Branca de Trump falará com todos os meios de comunicação e personalidades, não apenas com a mídia tradicional que está sentada nesta sala”.

Karoline Leavitt explicou que pesquisas recentes mostram que a velha imprensa perdeu praticamente toda a sua credibilidade e está sendo substituída pela imprensa independente. Ela disse: “Milhões de americanos, especialmente os jovens, abandonaram os meios de comunicação tradicionais, como a televisão e os jornais, e passaram a consumir notícias por meio de podcasts, blogs, redes sociais e outros veículos independentes”. 

Ela anunciou que haverá lugares na frente para os jornalistas independentes e convidou todos os cidadãos americanos que queiram produzir notícias a se inscreverem para receber credenciais, de forma que possam receber as informações do governo em igualdade com a velha imprensa. Leavitt relatou ainda que vai restaurar as credenciais de mais de 400 jornalistas que foram cassadas pelo governo Biden. 

Ao ser questionada se estava ali para ser a voz do Trump, e se diria a verdade aos americanos, Karoline Leavitt deu uma dura lição à velha imprensa. Ela disse: “Eu me comprometo a dizer a verdade deste púlpito todos os dias. Eu me comprometo a falar em nome do presidente dos Estados Unidos. Esse é o meu trabalho. E devo dizer que é muito fácil falar a verdade deste púlpito quando se tem um presidente que está implementando políticas extremamente populares entre o povo americano. E é exatamente isso que esta administração está fazendo. Estamos corrigindo as mentiras e os erros dos últimos quatro anos. Muitas das mentiras que foram ditas diretamente a vocês, nesta mesma sala de imprensa. Eu não farei isso”.

A porta-voz de Trump prosseguiu: “Mas já que você mencionou a busca pela verdade, gostaria de destacar que, enquanto eu me comprometo a fornecer a verdade deste púlpito, pedimos que todos nesta sala se comprometam com o mesmo padrão. Sabemos, com certeza, que muitas mentiras foram propagadas por vários veículos de mídia tradicional neste país sobre este presidente e sua família. E não aceitaremos isso. Chamaremos a atenção de vocês quando sentirmos que sua cobertura está errada ou quando houver desinformação sobre esta Casa Branca. Então, sim, eu me comprometo com a verdade, e espero que todos nesta sala façam o mesmo”.

Muitos jornalistas e veículos conservadores vêm sendo implacavelmente perseguidos, como é o caso da Folha Política. Nossa sede foi invadida e todos os nossos equipamentos foram apreendidos, a mando do ministro Alexandre de Moraes. À época, o jornalista Alexandre Garcia assinalou que algo semelhante só havia ocorrido na ditadura Vargas, não havendo qualquer exemplo semelhante durante o tão falado regime militar. Mesmo em ditaduras consolidadas, não é comum que se apreendam todos os equipamentos, em claríssima violação a tratados internacionais como o Pacto de São José da Costa Rica. 

Posteriormente, a Folha Política foi alvo do ministro Luís Felipe Salomão, que ordenou o confisco da renda de diversas pessoas, sites e canais conservadores, para impedi-los de exercer suas atividades. Mais de 20 meses da renda dos veículos e comunicadores afetados seguem confiscados, enquanto o inquérito vai sendo transmitido de relator em relator. 

Outros jornalistas e comunicadores foram presos sob alegações como a de sair do país sem saber que estavam sendo investigados. Um deles perdeu o movimento das pernas em um estranho acidente na cadeia, enquanto estava preso por crime de opinião. Ao conseguir refúgio em outro país, viu sua família ter suas contas bloqueadas para que não pudessem receber doações de pessoas que se sensibilizam com a situação de seus filhos. Vários pedem há anos que apenas devolvam seus equipamentos eletrônicos, inclusive com as memórias de entes queridos e da própria família. Outros buscaram refúgio em outros países e são considerados “foragidos” e são alvo de campanhas de difamação pela velha imprensa. 

As medidas arbitrárias impostas aos jornalistas e comunicadores conservadores, por suas características processuais, violam diversos artigos da Constituição e também de tratados como a Declaração Universal de Direitos Humanos e o Pacto de São José da Costa Rica, que protegem a liberdade de expressão e vedam tribunais de exceção. 

Os exemplos são muitos e a perseguição não cessa. Casas invadidas, redes bloqueadas, censura, bloqueio de contas, confisco de bens, cancelamento de passaporte, proibição de contato, entre outras. Nos inquéritos políticos conduzidos em cortes superiores, basta que parlamentares de extrema-esquerda apresentem “relatórios” ou “reportagens” produzidos por pessoas suspeitas e interessadas, acompanhados de listas de pessoas a serem perseguidas, para que essas pessoas sejam privadas de direitos fundamentais. 

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