O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, conclamou as vítimas de censura e abusos de autoridade, bem como cidadãos que conhecem essas vítimas, a enviarem manifestações para o relator especial para Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, que virá ao Brasil a convite de Lula.
O deputado compartilhou a denúncia que apresentou, que menciona um dos abusos de autoridade perpetrados contra a Folha Política, e disse:
“De 9 a 14/FEV a CIDH-OEA (Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos), na pessoa de seu Relator Especial para Liberdade de Expressão, o colombiano Pedro Vaca, virá ao Brasil percorrer Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro averiguando denúncias de violações de liberdades no Brasil.
Se você já sofreu esta violência estatal sem justificativa legal faça igual a mim e envie o seu testemunho para o email:
cidhexpresion@oas.org
com o tema "Visita a Brasil 2025". A OEA poderá lhe solicitar uma entrevista para colher seu depoimento e confeccionar ao final um relatório sobre o que encontrou no Brasil”.
Ouça o texto enviado pelo deputado Eduardo Bolsonaro à OEA:
“Brasília, 5 de fevereiro de 2025.
Ao Excelentíssimo
Sr. Pedro Vaca
Diretor da CIDH/OEA
Ilmo. Diretor,
No Brasil, temos lidado com interferências políticas vindas principalmente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Resta notório, como se constatará pela mera leitura desta breve denúncia, que esses tribunais estão mirando políticos de direita, a exemplo de mim, e, mais especificamente, o Presidente Jair Messias Bolsonaro.
Em outubro de 2022, o ministro do TSE, Paulo de Tarso Sanseverino, ordenou a remoção em até 24 horas de uma série de publicações feitas por mim, meu irmão, o Senador Flávio Bolsonaro, e vários outros perfis no Twitter e no Facebook que expunham o relacionamento do então candidato presidencial do PT (partido dos Trabalhadores) Lula da Silva ao ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, que prendeu sete candidatos presidenciais opositores e, obviamente, logrou sua terceira "reeleição" consecutiva naquele país.
A ordem exigia que todas as redes sociais removessem as postagens classificadas como desinformação, sob pena de multa diária de R$10.000.
https://www.metropoles.com/.../tse-manda-eduardo-e-flavio...
O ministro do TSE usou o subterfúgio de que essas publicações continham informações manifestamente falsas e foram divulgadas no período crítico do processo eleitoral, em perfis com grande número de seguidores, com o objetivo de alcançar um alto número de visualizações - creio que toda e qualquer postagem pretende ser bem visualizada e as redes sociais servem justamente para isto, não? Isso, em tese, poderia gerar um impacto negativo difícil de reparar na imagem do partido político e do candidato afetado pela desinformação.
https://www.metropoles.com/.../tse-manda-eduardo-e-flavio…
Ao mesmo tempo, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino determinou que o Partido Liberal retirasse do ar uma propaganda que também vinculava Lula ao narcoditador da Venezuela, Nicolás Maduro. Em sua decisão, ele considerou que a propaganda representava um abuso da liberdade de expressão.
https://revistaoeste.com/.../justica-eleitoral-proibiu.../
Caso o Partido Liberal não cumprisse a ordem judicial, a coligação de Bolsonaro teria que pagar uma multa diária de R$100.000.
Portanto, segundo o TSE, essas publicações e propagandas insinuavam que Lula tem uma relação próxima com Nicolás Maduro e Daniel Ortega, o que, de acordo com o tribunal, não é verdade, é "fake news". No entanto, não vimos Lula condenando as ações de Ortega contra cristãos na Nicarágua, além de Lula não ter sequer apoiado a declaração de 55 países - dentre eles EUA, Chile, Colômbia, França, Canadá, Austrália e Alemanha - condenando estas ataques contra freiras, padres e bispos na Nicarágua. Ressalta-se ainda que, em maio de 2023, vimos Lula recebendo Maduro no Brasil com honras de chefe-de-Estado e demonstrações públicas de intimidade e, por que não dizer, amizade.
Em agosto de 2021, num ano não eleitoral, a pedido da Polícia Federal, o corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Felipe Salomão, determinou que as redes sociais desmonetizassem canais e perfis que, segundo seu entendimento, “provadamente” espalhavam desinformação sobre as eleições. Carece de respaldo em lei a definição desta conduta como crime, ainda sem entrar no mérito se de fato tratavam-se de notícias que desinformavam, algo totalmente subjetivo e nunca abordado desta maneira na história do ordenamento jurídico brasileiro.
Todos os canais e perfis listados na decisão de Salomão, no entanto, eram de viés político de direita (...).
https://www.gazetadopovo.com.br/.../tse-redes-sociais.../
Aqui está a lista de canais e perfis desmonetizados pela decisão de Salomão:
YouTube:
1-Adilson Nelson Dini
2-RAVOX
3-Alberto Junio da Silva 1
4-Alberto Junio da Silva 2
5-Bárbara Zambaldi Destefani (Te Atualizei)
6-Camila Abdo Leite do Amaral Calvo
7-Emerson Teixeira de Andrade
8-Fernando Lisboa da Conceição (Vlog do Lisboa1)
9-Fernando Lisboa da Conceição (Vlog do Lisboa2)
10-Folha Política
11-Jornal da Cidade Online
12-Oswaldo Eustáquio, Roberto Boni
13-Canal Universo 1
14-Roberto Boni
15-Canal Universo 2
16-Terça Livre
Facebook:
1-Adilson Nelson Dini
2-RAVOX
3-Alberto Junio da Silva
4-Allan dos Santos
5-Allan Lopes dos Santos
6-Bárbara Zambaldi Destefani
7-Camila Abdo Leite do Amaral Calvo 1
8-Camila Abdo Leite do Amaral Calvo 2
9-Emerson Teixeira de Andrade
10-Fernando Lisboa da Conceição (Vlog do Lisboa)
11-Folha Política
12-Jornal da Cidade Online
13-Marcelo Frazão de Almeida
14-Nas Ruas
15-Oswaldo Eustáquio 1
16-Oswaldo Eustáquio 2
17-Oswaldo Eustáquio 3
18-Terça Livre
Instagram:
1-Adilson Nelson Dini
2-RAVOX, Alberto Junio da Silva
3-Allan dos Santos
4-Allan Lopes dos Santos
5-Bárbara Zambaldi Destefani (Te Atualizei)
6-Camila Abdo Leite do Amaral Calvo
7-Emerson Teixeira de Andrade
8-Fernando Lisboa da Conceição (Vlog do Lisboa)
9-Folha Política
10-Jornal da Cidade Online
11-Marcelo Frazão de Almeida
12-Nas Ruas, Oswaldo Eustáquio 1
13-Oswaldo Eustáquio 2
14-Terça Livre
Twitter:
1-Adilson Nelson Dini
2-RAVOX
3-Allan dos Santos
4-Allan Lopes dos Santos
5-Bárbara Zambaldi Destefani
6-Camila Abdo Leite do Amaral Calvo
7-Emerson Teixeira de Andrade
8-Fernando Lisboa da Conceição (Vlog do Lisboa)
9-Fernando Lisboa da Conceição (Vlog do Lisboa2)
10-Folha Política
11-Jornal da Cidade Online
12-Marcelo Frazão de Almeida
13-Nas Ruas, Oswaldo Eustáquio
14-Roberto Boni
15-Canal Universo
16-Terça Livre
Twitch.TV:
1-Terça Livre
2-Vlog do Lisboa
https://noticias.uol.com.br/.../veja-lista-de-perfis...
Em abril de 2024, o Brasil enfrentou um dos casos mais notórios de interferência política do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral: o "Twitter Files Brazil". Na ocasião, os jornalistas e pesquisadores Michael Shellenberger, David Ágape e Eli Vieira revelaram comunicações internas, não públicas, entre executivos do então Twitter hoje rede X) e autoridades brasileiras, expondo um cenário de influência política e controle até então desconhecido pelo público.
https://www.twitterfilesbrazil.com/pt/
Esses três jornalistas rapidamente concluíram que o Brasil estava envolvido em uma ampla repressão à liberdade de expressão liderada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que prendeu pessoas antes de qualquer julgamento e fora do devido processo legal por postagens em redes sociais, ordenou a remoção de usuários de plataformas sem o constitucional direito à ampla defesa e censurou postagens sem dar aos usuários o direito de recurso ou sequer acesso às provas apresentadas contra eles.
Segundo os documentos divulgados pelos jornalistas, De Moraes tentou minar a democracia no Brasil ao:
a) exigir ilegalmente que o Twitter divulgasse detalhes sobre usuários que usavam hashtags das quais ele não gostava;
b) exigir acesso a dados internos do Twitter, em violação à política da empresa;
c) censurar unilateralmente postagens de membros ativos do Congresso, violando o constitucional direito da imunidade parlamentar;
d) usar as políticas de moderação de conteúdo do Twitter apenas contra apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro.
O jornalista Michael Shellenberger afirmou em audiência pública no Senado que o “complexo industrial de censura” nos EUA e na Europa é semelhante, mas no Brasil é muito mais agressivo. Ele disse que as decisões de Alexandre de Moraes são extremamente severas e que ele age mais como um legislador do que como um juiz.
https://www.cnnbrasil.com.br/.../jornalista-do-twitter.../
O Congresso dos EUA, no âmbito da Comissão do Judiciário, presidida pelo Deputado Federal Jim Jordan, confeccionou um relatório público de mais de 400 páginas sobre este mesmo tema do "Twitter Files Brasil". Pela primeira vez pessoas como o jornalista Paulo Figueiredo puderam ver as ordens de Moraes para derrubar suas redes sociais, a despeito da liberdade de expressão, liberdade de imprensa, e da audiência cativa comum de milhões de internautas acostumados a assistir seus programas diariamente.
Neste âmbito que peço para que seja considerado meu depoimento, as partes envolvidas intimadas a se manifestar, abrindo espaço para o contraditório e ampla defesa, ainda que esta Comissão de Direitos Humanos da OEA não seja um órgão jurisdicional com poder vinculativo, mas sendo certo que se trata de um organismo democrático que busca a verdade real dos fatos. Para tanto disponibilizei alguns links de matérias de imprensa e disponíveis na internet para eventuais consultas, caso entenda-se pertinente.
A censura fere de morte o sistema democrático, impede o livre aperfeiçoamento da sociedade e traz temor e pânico aos cidadãos. Que a OEA faça valer a justiça para aqueles que mesmo debaixo de repressão ousaram acreditar que vale a pena lutar por liberdade.
EDUARDO BOLSONARO
Deputado Federal
Secretário de Relações Institucionais e Internacionais do Partido Liberal
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