Senador Cleitinho mostra vídeo de criminosos, compara com presos políticos, e pede anistia: ‘se são democráticos, levem para o Plenário’
Da tribuna, o senador Cleitinho manifestou sua solidariedade ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos outros perseguidos políticos do Brasil, apontando as inconsistências na denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. O senador apontou que a situação de tirania no Brasil tem que ser enfrentada pelos próprios brasileiros, dizendo: “quem tem poder de resolver alguma coisa aqui somos nós, Deputados Federais e Senadores. Somos nós que temos que tomar alguma atitude aqui neste país”.
Cleitinho lembrou que os esforços para promover o impeachment de ministros de cortes superiores dependem de alcançar maioria no Senado, e disse: “cabe a vocês, eleitores, agora em 2026, poder fazer a diferença. São dois Senadores para votar no ano de 2026, são dois. Então, se a gente conseguir fazer a maioria no ano de 2026 agora, aí, sim, a gente pode mudar, porque quem vai mudar isto aqui, gente, não é Elon Musk, não é Trump; quem vai mudar isto aqui são os senadores. Quem vai impichar ministro aqui são os senadores”.
O senador ironizou: “a prioridade deste país aqui hoje é querer colocar o Bolsonaro na cadeia. Essa é a prioridade deste país aqui. E eu quero deixar bem claro para vocês aqui, é muito estranho, não é, gente? É só mostrar pesquisa falando que a aprovação do Governo hoje é de 24%, quase 70% acham que ele não deve ser nem candidato mais, o Lula, aí sai pesquisa falando, se fosse eleição hoje, que o Bolsonaro ganharia em primeiro e segundo turno, aí simplesmente pega e vem uma denúncia da PGR falando que podem colocar, estão querendo colocar o Bolsonaro na cadeia”.
Cleitinho conclamou os senadores a debaterem a anistia e a se posicionarem publicamente. Ele disse: “eu quero resumir a questão da anistia: se você é contra, vote contrário. Isto aqui, gente, o Plenário, é soberano. A PEC da anistia é legal, ela não é inconstitucional, não. Então, eu espero que o Davi seja um Presidente democrático e quem está nas Comissões também – os presidentes das Comissões também –, e que tramitem a anistia. E aqui no Plenário, gente, é só votar "sim" ou "não". Eu não sei por que há tanta polêmica nessa questão da anistia. Eu sou a favor dela, eu estou me posicionando aqui. Quem é contra se posicione: "eu sou contra", mas seja democrático. Vocês falam tanto de democracia. Toda hora a palavra é democracia e falar que teve um golpe. Se são democráticos, levem para o Plenário – o Plenário é soberano. É simples: coloquem aqui”.
O senador exibiu vídeos, mostrando bandidos em plena atuação e, depois, se exibindo calmamente em redes sociais. Ele disse: “Eu não sei se ele está num barco, se está num navio. É um dos criminosos. Você vê aqui: usufruindo a vida, no bel prazer, como se nada estivesse acontecendo neste país. Foi lá, metralhou uma delegacia e está aqui, rindo da cara do povo. (...) Enquanto isso, gente, uma moça que colocou batom numa estátua – colocou batom, acho que foi "perdeu, mané" – pode ser condenada e ficar presa um tempão. Isso quando um criminoso, um lixo desse aqui está rindo da cara do povo”.
O senador Cleitinho disse: “eu espero que aqui, onde a gente fala tanto de democracia, que possa passar nas Comissões e que se possa colocar em Plenário. E no Plenário a gente discute, democraticamente, se sim ou não, quem vota a favor vota "sim", quem vota "não", vota contra. Eu vou votar favorável”.
Apesar de alguns senadores agirem no limite de seus poderes para frear os atos autoritários de ministros das cortes superiores, a Casa legislativa, como um todo, permanece cega, surda e muda, indiferente aos ataques à democracia, graças ao seu presidente, que engaveta todos os pedidos de impeachment de ministros de cortes superiores que chegam às suas mãos.
Os senadores há muito tempo têm conhecimento dos inquéritos secretos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, utilizando delegados da polícia federal escolhidos a dedo para promover uma imensa operação de “fishing expedition” contra seus adversários políticos. O desrespeito ao devido processo legal e a violação ao sistema acusatório são marcas dos inquéritos políticos conduzidos pelo ministro e já foram denunciados pela ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge, que promoveu o arquivamento do inquérito das Fake News, também conhecido como “Inquérito do Fim do Mundo”, e também por inúmeros juristas, inclusive em livros como “Inquérito do fim do Mundo”, “Sereis como Deuses”, e no mais recente “Suprema desordem: Juristocracia e Estado de Exceção no Brasil”. O ministro Alexandre de Moraes também já foi chamado de “xerife” pelo então colega Marco Aurélio Mello pelos excessos cometidos em seus inquéritos. Na imprensa internacional, as denúncias vêm se avolumando. O ministro Kássio Nunes Marques consignou, em voto, as violações de direitos humanos nas prisões em massa ordenadas por Moraes. Apesar das constantes denúncias, o Senado brasileiro segue inerte.
Os senadores sabem sobre os jornais que foram “estourados” e tiveram todos os seus equipamentos apreendidos, e sabem sobre os jornalistas perseguidos, presos e exilados. Os senadores não apenas foram informados sobre a invasão de residências de cidadãos e apreensão de bens, mas também viram, sem qualquer reação, operações contra seus próprios membros, o senador Arolde de Oliveira e o senador Marcos do Val. Os senadores sabem que muitos meios de comunicação vêm sendo censurados há muito tempo. Os senadores souberam sobre a prisão do deputado Daniel Silveira, em pleno exercício do mandato, por palavras em um vídeo. Os senadores sabem que o ex-deputado voltou a ser preso, por supostas violações a medidas cautelares que foram impostas em um processo que tinha sido extinto pela graça presidencial. Os senadores sabem que a graça presidencial, constitucional, foi cancelada. Os senadores foram informados sobre a perseguição a jornalistas, que são censurados, impedidos de exercerem sua profissão, e têm bens e redes sociais bloqueados. Os senadores sabem que ativistas passaram um ano em prisão domiciliar, sem sequer denúncia, obrigados a permanecer em Brasília, mesmo morando em outros estados. Os senadores sabem das violações a prerrogativas de advogados. Os senadores sabem sobre a prisão de Roberto Jefferson, presidente de um partido, e sua destituição do cargo a mando de Moraes. Os senadores sabem da censura a parlamentares. Os senadores sabem que jornais, sites e canais conservadores têm sua renda confiscada há dois anos. Os senadores sabem sobre as prisões em massa sem individualização de condutas, sob acusações descabidas. Os senadores sabem sobre as multas estratosféricas e confiscos de propriedade. Os senadores sabem que crianças ficam presas com seus pais, sem meios de sustento, em “cautelares” sem prazo para acabar. Os senadores sabem que Clériston Pereira da Cunha morreu no cárcere, com um pedido de soltura aguardando que o ministro se dignasse a apreciar. Os senadores sabem que outras pessoas presas injustamente só foram soltas após a morte do preso político no cárcere. Os senadores sabem que há outros mortos. Os senadores sabem sobre os exilados políticos. Os senadores conhecem muitos outros fatos. Mesmo assim, todos os pedidos de impeachment, projetos de lei, e requerimentos de CPI seguem enchendo as gavetas do presidente daquela Casa.
Há mais de cinco anos, o ministro Alexandre de Moraes conduz, em segredo de justiça, inquéritos políticos direcionados a seus adversários políticos. Em uma espécie de “parceria” com a velha imprensa, “matérias”, “reportagens” e “relatórios” são admitidos como provas, sem questionamento, substituindo a ação do Ministério Público e substituindo os próprios fatos, e servem como base para medidas abusivas, que incluem prisões políticas, buscas e apreensões, bloqueio de contas, censura de veículos de imprensa, censura de cidadãos e parlamentares, bloqueio de redes sociais, entre muitas outras medidas cautelares inventadas pelo ministro, sem qualquer chance de defesa ou acesso ao devido processo legal.
O mesmo procedimento de aceitar depoimentos de testemunhas suspeitas e interessadas, e tomar suas palavras como verdadeiras, se repete em diversos inquéritos nas Cortes superiores. A Folha Política já teve sua sede invadida e todos os seus equipamentos apreendidos a mando do ministro Alexandre de Moraes. A renda do jornal está sendo confiscada a mando do ministro Luís Felipe Salomão, ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, com o aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Todos os rendimentos de mais de 20 meses de trabalho de jornais, sites e canais conservadores são retidos sem qualquer base legal.
Se você apoia o trabalho da Folha Política e pode ajudar a impedir o fechamento do jornal, doe qualquer valor através do Pix, utilizando o QR Code que está visível na tela, ou o código ajude@folhapolitica.org. Caso não utilize PIX, há a opção de transferência bancária para a conta da empresa Raposo Fernandes disponível na descrição deste vídeo e no comentário fixado no topo.
Há mais de 10 anos, a Folha Política vem fazendo a cobertura da política brasileira, quebrando a espiral do silêncio imposta pelo cartel midiático que quer calar vozes conservadoras. Pix: ajude@folhapolitica.org
Toda a renda gerada pelo nosso jornal por mais de 20 meses está confiscada por ordem do TSE. Ajude a Folha Política a continuar o seu trabalho. Doe por meio do PIX: ajude@folhapolitica.org
Depósitos / Transferências (Conta Bancária):
Banco Inter (077)
Agência: 0001
Conta: 10134774-0
Raposo Fernandes Marketing Digital LTDA (Administradora da Folha Política)
CNPJ 20.010.215/0001-09
-
Banco Itaú (341)
Agência: 1571
Conta: 10911-3
Raposo Fernandes Marketing Digital LTDA (Administradora da Folha Política)